Segundo a mesma fonte, os alvos da operação foram quatro bases aéreas russas, incluindo a de Belaya, onde foi registrado um grande incêndio. A ação foi atribuída à agência de inteligência doméstica ucraniana (SBU).

Enquanto isso, a Força Aérea da Ucrânia informou que a Rússia lançou 472 drones e sete mísseis durante a noite de sábado (31), no que chamou de o maior ataque aéreo noturno do conflito até agora.

No mesmo contexto de escalada, duas pontes ferroviárias desabaram nas regiões russas de Kursk e Bryansk, próximas à fronteira com a Ucrânia. O Comitê Investigativo da Rússia confirmou que explosões foram responsáveis pelos desabamentos, provocando descarrilamento de trens, ao menos sete mortes e dezenas de feridos. As autoridades russas classificaram os incidentes como atos de terrorismo.

Os ataques ocorrem na véspera de uma nova rodada de negociações de paz, marcada para esta segunda-feira (2) em Istambul, com mediação da Turquia. Segundo o Kremlin, uma lista de exigências para um possível cessar-fogo está sendo preparada.

A retomada dos diálogos teria sido estimulada por uma ligação entre o presidente russo Vladimir Putin e o ex-presidente dos EUA Donald Trump, que sugeriu a criação de um memorando com princípios e prazos para um eventual acordo de paz.

Do lado ucraniano, o presidente Volodymyr Zelensky demonstrou ceticismo quanto à seriedade das intenções russas. “Até agora, ninguém tem informações claras sobre o que exatamente Moscou levará a Istambul”, declarou ele nas redes sociais. Zelensky afirmou ainda que mantém diálogo constante com líderes europeus e norte-americanos e defendeu sanções mais duras contra a Rússia.

“Todos querem que a diplomacia funcione, que um cessar-fogo verdadeiro aconteça e que a Rússia pare de brincar com a guerra”, disse Zelensky. “Mas só será possível com seriedade do outro lado — e até agora, não vemos isso.”

A guerra no Leste Europeu, que já se estende por três anos, segue em clima de tensão máxima mesmo diante dos esforços diplomáticos.